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Os Sonhos de Einstein

Abril 21, 2023
 

— Coreografia, espaço cénico, textos e desenho de luz Rui Horta

Porque é que uma hora na cadeira do dentista demora uma eternidade e uma hora com alguém que amamos passa num ápice? E uma noite a dormir sem darmos por isso representa um dia de trabalho na vida de um morcego, incessantemente  a caçar mosquitos, ou o tempo inteiro de vida de uma borboleta noturna? Nos Sonhos de Einstein, o tempo é relativo, umas vezes arrastado, outras instantâneo, mas sempre elástico, simultâneo e pessoal. Co-existimos no interior de cada segundo, minuto ou hora, com tempos diferentes, realidades diferentes, perceções diferentes. Inspirado na cativante obra de Alan Lightman, com o título homónimo Einstein Dreams, este imaginava inúmeros mundos ficcionais  – nuns, o tempo seria circular, de modo que as pessoas estariam condenadas a repetir triunfos e fracassos indefinidamente. Noutros, este seria um lugar parado no tempo, visitado por amantes e pais agarrados aos filhos. E em outros, o tempo seria um rouxinol preso numa gaiola. Há mundos ainda em que o tempo passaria mais devagar no cimo das montanhas e os habitantes desse mundo apenas aí viveriam para conquistar esse tempo. 

Criada por Rui Horta em 2010 para a companhia de dança da Ópera de Gotemburgo, a obra agora remontada e re-criada com os intérpretes do projeto Rampa.0,  propõe várias possibilidade de tempos interpretados pelos bailarinos/as em palco, processos que coexistem durante os 60 minutos da obra. Há sempre mais do que o olhar vê, há sempre histórias paralelas, há caminhos que se afastam, outros que se cruzam. Por momentos há encontro enquanto noutros existe conflito, frequentemente há histórias escondidas por outras que as encobrem. Na verdade, as diferentes perceções do mundo condicionam as nossas respostas e ditam os nossos percursos.
Os Sonhos de Einstein é um fresco que expõe os nossos sonhos em contraponto com a fragilidade humana, partilhando espaços comuns mas com perceções do tempo díspares.

Nascido em Lisboa, Rui Horta começou a dançar aos 17 anos nos cursos de bailado do Ballet Gulbenkian, tendo posteriormente vivido vários anos em New  York, cidade onde completou a sua formação e desenvolveu o seu percurso de intérprete e professor. Em 84 regressa a Lisboa, sendo um dos mais importantes impulsionadores de uma nova geração de bailarinos e coreógrafos portugueses. Durante os anos 90 viveu na Alemanha onde dirigiu o Soap Dance Theatre Frankfurt, sendo o seu trabalho   considerado uma referência da dança europeia e apresentado nos mais importantes teatros e festivais em todo o Mundo, tais como o Thêatre de la Ville em Paris que apresentou e co-produziu as suas obras ao longo de uma década. Em 2000 regressou a Portugal, tendo fundado em Montemor-o-Novo o Espaço do Tempo, um centro multidisciplinar de experimentação artística, hoje um dos mais conceituados lugares de residência artística na Europa. Para além do  seu intenso trabalho de criador independente, Rui Horta criou, como artista convidado, um vasto repertório para companhias de renome tais como o Cullberg Ballet, o Ballet Gulbenkian, o Grand Ballet de l’Opera de Genéve, a Ópera de Marselha, o Netherlands Dance Theatre, a Companhia de Dança da Ópera de Gotemburgo, Icelandic Ballet, Scottish Dance Theatre, Random Dance, Companhia Nacional de Bailado, Carte Blanche, Ballet am Gartner Platz, Ballet de Roubaix, Ballet da Ópera de Linz, Ballet da Ópera de Nuremberga, Ballet da Ópera de Mainz,  etc. Ao longo da sua carreira recebeu importantes prémios e distinções tais como o Grand Prix de Bagnolet, a Bonnie Bird Award, o Deutsche Produzent Preis, o Prémio Acarte, o Prémio Almada, o grau de Oficial da Ordem do Infante,  o grau de Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres, pelo Ministério da Cultura Francês. A sua criação coreográfica foi  classificada como Herança da Dança Alemã. Nas artes performativas o seu trabalho de encenador estende-se o teatro, à ópera e à música experimental, sendo igualmente desenhador de luzes e investigador multimédia, universo que utiliza frequentemente nas suas obras. 

coreografia, espaço cénico, textos e desenho de luz Rui Horta
assistente do coreógrafo  Miguel Oliveira
música original Tiago Cerqueira
interpretação Afonso Nunes Sousa, Ana Beatriz Martins, Ana Francisca dos Santos, António Moreira, Carolina Pereira, David Murta de Castro, Francisca Gouveia, Inês Miranda Gomes, Leonor Batarda, Lucas Mariz, Maria Clara Fidalgo, Noeli Kikuchi, Susana Aymara Contreras
Rampa.0 é uma iniciativa da Câmara Municipal de Coimbra/Convento São Francisco em articulação com a Universidade de Coimbra/Teatro Académico de Gil Vicente, A Escola da Noite e Teatrão 
fotografia João Duarte

21 abril 21h30
Grande Auditório CSF
duração aprox. 50 min
M6
€8
€6 c/descontos

Bilhete

 
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